As sementes misteriosas, que estão deixando moradores de todo o Brasil curiosos, também chegaram ao Espírito Santo.
Moradores de seis municípios capixabas receberam amostras do material sem terem solicitado, em Afonso Claudio, Colatina, Aracruz, Linhares Pinheiros e São Mateus.
O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) recebeu o material e encaminhará para a unidade estadual do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O envio do material é proibido porque as sementes não estão cadastradas no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem).
Sem registro
Além da falta do registro, a chegada das sementes pode representar riscos para a saúde da terra e das pessoas que têm contato com as amostras. Por isso, o gerente de defesa sanitária do Idaf, Daniel Abreu, orienta que os capixabas não manuseiem as sementes.
“A primeira coisa é não abrir o envelope nem por curiosidade. Entre em contato com um dos escritórios do Idaf nos municípios do estado”, ressaltou.
Contaminação
Segundo Daniel Abreu, essas sementes podem estar contaminadas com vírus, bactérias e fungos de doenças que não existem no Brasil.
“Se forem plantadas, podem disseminar essas doenças. É muito perigoso para as nossas lavouras”.
O Idaf também orienta que as pessoas que receberem as amostras não joguem as sementes no lixo.
“Essas sementes vão pro aterro sanitário e lá vão encontrar solo e água, podendo acabar brotando”, afirma.
Pedidos online
As amostras são enviadas junto com outros pedidos feitos pela internet. Em Linhares, uma pessoa que comprou uma vara de pescar foi surpreendida com as sementes, conta Daniel Abreu.
“São enviadas como brinde. Em outro caso, uma pessoa que comprou plantas artificiais de decoração recebeu o material sem ter pedido”.
As sementes recebidas no Espírito Santo serão analisadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para averiguar se as amostras apresentam doenças.
Daniel Abreu adverte, no entanto, que mesmo que as sementes estejam saudáveis, elas podem representar um risco de crescimento desordenado de plantas que não são originárias do Brasil.
“Podem encontrar um ambiente favorável e crescer como praga, erva daninha, se disseminando pelas florestas, tomando o lugar das outras e tornando o controle difícil”, finalizou.