Denúncia da Rede Diário ES sobre vínculo familiar de promotora no caso “Tragédia de Mariana” repercute na mídia nacional
Diante da Nota de Desegravo feita pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES), publicada por este veículo no ultimo sábado (18), esclarecemos que o jornal Diário de Notícias (Rede Diário ES) publicou no dia 16 de julho, o vínculo familiar da promotora de Justiça Mônica Bermudes Medina Pretti, com advogados da Vale e da Samarco sem confirmar as denúncias com a própria magistrada, com o MPES e com a Associação Espírito-Santense do Ministério Público (AESMP), por se tratarem de informações públicas que qualquer pessoa pode acessar.
O conteúdo da reportagem foi confirmado e constatado, através de consulta pública no site do Tribunal de Justiça, no site do Ministério Público Federal (MPF) e em notícias já publicadas pelo site Século Diário, G1.Globo (MG) e também pelo Jornal Carta Capital, sendo que após as constatações e reflexões, apresentamos indagações e perguntas sobre a questão, sem contudo, maldizer a promotora de Justiça ou o MPES.
Para dar oportunidade de manifestação para a promotora de Justiça, para o MPES e para a AESMP, este jornal encaminhou nos últimos dias 21 e 22 de julho, uma série de
perguntas , também enviadas ao MPES e à AESMP para que possam se manifestar. A Rede Diario ES também demandou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/ES). Até o momento, não recebemos os retornos dessas demandas que serão publicadas assim que obtivermos respostas ao questionamento.
Dando prosseguimento e com base nas denúncias feitas pela Rede Diário ES, o jornal/site “Estado de Minas”, de Belo Horizonte, um dos maiores e mais conceituados meios de comunicação do país, também entrou no assunto na edição do dia 20 de julho com a manchete: Tragédia de Mariana: relações familiares podem anular decisões na Justiça (www.em.com.br).
Na extensa e esclarecedora reportagem, assinada pelo jornalista Mateus Parreiras, a advogada Tchenna Maso, da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) avalia que “o correto teria sido a promotora declinar sobre essas causas e se declarar sob suspeição, devido ao conflito de interesses por serem os dois lados da mesma família. Isso pode levar à anulação de várias decisões e atrasar todo o processo”, avaliou a advogada.
Na reportagem ela cita que várias decisões assinadas pela promotora Mônica Bermudes são consideradas controversas pelas vítimas. Entre as polêmicas está a decisão a respeito do fechamento do cadastro de atingidos da Fundação Renova de Baixo Guandu (ES), o que as empresas queriam e foi considerado prejudicial a quem ainda não se cadastrou. A promotora Mônica Bermudes expressamente reconheceu a legitimidade da comissão e chegou a assinar o mesmo documento que o seu tio, Sérgio Bermudes, no processo 1016742-66.2020.4.01.3800, de Baixo Guandu, sendo ela representante do MPES e ele defendendo a Mineradora Vale.
Essa mesma denúncia foi confirmada na reportagem da Rede Diário ES do último dia 16/07, através do coordenador do MAB/ES, Heider Boza.
Oportunamente, o leitor da Rede Diário ES poderá ler, a seguir e na íntegra, a reportagem do jornal Estado de Minas (edição do último dia 20 de julho).