Em audiência pública que reuniu autoridades, lideranças empresariais e convidados, a Câmara Municipal de Barra de São Francisco, sediou nesta sexta-feira dia 24, o encontro que discutiu detalhes sobre a implantação de uma linha férrea, uma unidade de transbordo de cargas que farão parte do complexo portuário da Petrocity. Na oportunidade, o presidente do empreendimento, José Roberto Barbosa da Silva, foi recepcionado pelo presidente do Legislativo, vereador Juvenal Calixto.
Na apresentação que durou cerca de duas horas e meia, José Roberto discorreu sobre os detalhes do empreendimento, as dificuldades e os anseios que o projeto vem despertando. Ele respondeu indagações, projetou investimentos e destacou a necessidade de se obter parcerias.
Estiveram presentes a audiência, o prefeito municipal Alencar Marim, o vice-prefeito Denilson Ferreira, vereadores: Wilson Mulinha, José Valdeci, Huander Bofe, Lemão Vitorino, Zilma Matos e Zilene Surdini Valli. Marcaram presenças ainda, o presidente da ANPO – Associação Noroeste de Produtores de Rochas Ornamentais, Domingos Sávio, o diretor executivo da ANPO Mário Imbroisi, Fábio Laingner representando a FINDES – Federação das Indústrias do Espírito Santo, diretor Geral do Ifes – Campus Barra de São Francisco, José Alexandre de Souza Gadioli, Tenente sub-chefe de Planejamento do 11º BPMES, Vitor Prates Ribeiro, comandante do destacamento do Corpo de Bombeiros 1º Sargento Fernando Paulo, Gustavo Lacerda, diretor do Hospital Dr. Alceu Melgaço, que representou o deputado estadual Enivaldo dos Anjos que não não pode comparecer, secretários municipais, empresários e convidados.
O presidente da Câmara Municipal, Juvenal Calixto abriu o encontro informal, dando as boas vindas para os presentes e imediatamente passando a palavra para o presidente da Petrocity José Roberto, que através de slides mostrou como funcionará toda a estrutura e logística do complexo que compreende a linha férrea saindo de Sete Lagoas-MG e até chegar em São Mateus-ES.
Disse que além dos seis berços de atracação – com dois calados (profundidade), de 16 a 14 metros –, o CPSM contará ainda com duas usinas termelétricas de 350MW e quatro unidades fotovoltaicas de 50MW, além de Estações de Tratamento de Esgoto e também de Água. Há ainda um projeto de uma ferrovia, que ligará o porto a Sete Lagoas, em Minas Gerais.
O complexo irá atuar em quatro frentes: petróleo e gás (que era a essência inicial do primeiro projeto do porto, antes da reformulação), rochas ornamentais e celulose, grãos e armazenagem de veículos, e cargas conteinerizadas.
“Reformulamos o projeto para atender a demanda por infraestrutura do Espírito Santo e do país. A perspectiva de dois calados, por exemplo, é visando a integração de operações com navios de grande curso para a cabotagem – podendo atender todos os terminais brasileiros”, destacou Barbosa da Silva.
A expectativa é de que o porto receba as maiores embarcações do mundo, como os modelos Panamax e Suezmax, que hoje não entram no Porto de Vitória, por exemplo, pela falta de calado.
Dentre os grandes parceiros está a Construtora Norberto Odebrecht, que será responsável pelas obras, e Stalker Engenharia. “São empresas com atuação na área portuária. Só a Odebrecht tem o maior acervo portuário do mundo, com a construção de 52 portos”, explicou o presidente.
UTAC
Essa unidade de transbordo vai ocupar uma área de 200 mil metros quadrados. Será um Distrito Industrial e Portuário (D.I.P) integrado ao Centro de Controle de Tráfego Ferroviário (CCTF). A contrapartida do Município, além de incentivos fiscais, inclui infraestrutura (saneamento) na região a ser escolhida para receber o empreendimento e um plano de capacitação de mão de obra (escolas, escolas técnicas e centros de capacitação). As outras UTAC’s serão erguidas em Santa Maria de Itabira, Sete Lagoas (MG) e Barra de São Francisco (ES).
Obra
De acordo com a assessoria do megaempreendimento, há duas semanas, o presidente da Petrocity Portos, José Roberto Barbosa da Silva, foi a Brasília protocolar, junto ao Ministério da Infraestrutura, o pedido de concessão da nova ferrovia, em traçado a ser definido pela companhia, oferecendo uma nova opção de logística para escoamento da produção da região Central do País, bem como para a interiorização de produtos de importação.
“Pedimos a concessão enquanto aguardamos o Congresso votar a PEC do senador José Serra estabelecendo novo regime no setor ferroviário. Se a PEC passar, empreendedores interessados em construir ferrovias precisarão apenas de uma autorização. Isso significa que a ferrovia autorizada será de propriedade privada e não do Governo. É nisso também que estamos apostando, mas temos que nos antecipar no regime atual e por isso solicitamos a concessão”, disse José Roberto.